TAUÁ – A ARTE QUE VEM DA TERRA


Projeto oferece oficinas de cerâmica indígena para alunos das escolas municipais e rurais de Campo Largo (PR)

Em 2018 mais de duas mil crianças de escolas públicas municipais de Curitiba foram contempladas com oficinas de cerâmica indígena oferecidas pelo Projeto Tauá. Este ano o projeto amplia seu alcance chegando nas escolas do município vizinho, Campo Largo. Pelo menos, 50% das escolas públicas da região serão beneficiadas. Mais de 3.500 mil alunos do Ensino Fundamental (1ª a 5ª série), de escolas municipais e rurais da região, terão esta oportunidade. Ao todo, o projeto irá oferecer até junho, gratuitamente, 100 oficinas.
Tauá significa argila em Tupi Guarani e a iniciativa, além de promover o exercício e a valorização do trabalho artesanal, visa destacar a importância, a beleza e a riqueza da cultura indígena brasileira, em especial a cultura da cerâmica. O entusiasta desta ideia e criador do projeto é o artesão, arte educador e músico Fabio Mazzon, que desde 2004 produz peças de cerâmica a partir de pesquisas de técnicas ancestrais de modelagem e decoração utilizadas por povos originais e indígenas brasileiros. Além de Mazzon, outro ministrante da oficina é o artesão e pedagogo Pietro Rosa que há anos desenvolve trabalhos com crianças, inclusive com necessidades especiais.

Para a empresa patrocinadora, a COCEL, levar este projeto ao município de Campo Largo que construiu parte de sua história utilizando a argila para a produção de porcelana e cerâmica e que ficou conhecido como a “Capital da Louça” é uma oportunidade de resgatar a importância desta história e da própria argila como elemento cultural e transformador.

“A argila, como material, é um elemento natural que oferece muitas possibilidades: alimenta a fantasia, exercita a paciência, a concentração, estimula a imaginação, o espírito criador, a sensibilidade e ainda desenvolve o conhecimento cognitivo e a psicomotricidade”, destaca Fábio Mazzon. “Tendo como referência a cultura e a sabedoria dos nossos povos nativos ancestrais, decifrando mistérios, dominando técnicas e colocando as mãos na massa, as crianças terão a oportunidade de reconhecer sua capacidade de criar, reproduzir e produzir, tendo a argila como elemento para sua expressão individual”, complementa.

Nas oficinas, que tem duração de 1h40, os alunos são recepcionados ao som de músicas indígenas tradicionais de diferentes etnias, tendo como ambientação um cenário composto por imagens que retratam a técnica do acordelado, técnica utilizada na oficina, comum à quase totalidade das comunidades indígenas e também peças originais de adornos e artefatos (cocar, colares, cintos, instrumentos musicais, zarabatana, cerâmicas…) confeccionados por diferentes povos indígenas (Guarani, Kaingang, Fulni-ô, Yanomami, Tikuna, Baniwa etc.) de diferentes regiões do país. Eles são introduzidos ao tema a partir de histórias e mitos sobre a argila e bate papo sobre a diversidade dos povos indígenas brasileiros, sua riqueza, importância e sabedoria. As peças confeccionadas podem ser levadas para casa.

Os educadores que desenvolvem trabalhos em áreas de risco social na região também serão beneficiados com duas oficinas onde receberão conhecimentos históricos e culturais da utilização da cerâmica pelas culturas indígenas e mundial e realizarão atividades práticas de manipulação da argila utilizando a mesma técnica de confecção, o acordelado, a fim de multiplicar as ações propostas pelo projeto.
“A possibilidade de confeccionar algo com as próprias mãos é extremamente saudável e fundamental para o desenvolvimento humano. Esse tipo de atividade não só estimula a valorização das artes manuais, mas também a criatividade e a socialização”, declara Pietro Rosa.

A cerâmica no Brasil
Existem hoje registrados no Brasil cerca de 250 povos indígenas, cada qual com sua cultura, seus costumes, suas crenças, sua arte.
A cerâmica é muito presente nestas sociedades, faz parte da cultura material destes povos nativos e carrega significados a serviço da manutenção da tradição de cada povo e da continuidade de sua identidade. Utilizando como ferramentas gravetos, cipós, penas, pedras, sementes e principalmente as mãos, criam panelas, vasilhas, vasos, cachimbos, apitos, brinquedos, urnas funerárias, instrumentos musicais, peças que posteriormente são decoradas com pigmentos naturais como o urucum e o jenipapo.
No Brasil, a cerâmica tem seus primórdios registrados na Ilha de Marajó, no Pará. A cerâmica marajoara tem sua origem na avançada cultura indígena que floresceu na Ilha. Estudos arqueológicos, contudo, indicam a presença de uma cerâmica mais simples, que ocorreu ainda na região amazônica por volta de 5.000 anos atrás.
A confecção de artefatos em argila é um aspecto presente na maioria das comunidades indígenas brasileiras. Em algumas comunidades a cerâmica é lisa, exclusivamente utilitária, em outras, além de utilitárias, encontram-se peças decorativas nas quais sobressaltam a beleza e variedade das formas, grafismos e pinturas, como é o caso das cerâmicas Marajoara, Tapajônica, Kadiwéu e Asurini. Onde for, a cerâmica mostra-se imbuída de cultura e extremo valor, acompanhando a história e o desenvolvimento da raça humana.

Este projeto foi viabilizado com incentivo da COCEL – ENERGIA CAMPOLARGUENSE por meio do PROFICE (Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura), da Secretaria Estadual de Cultura do Paraná.

VISITE: @tauaartequevemdaterra

CONTATOS:

Produção
Vinícius Mazzon
41 99622 2829
viniciusmazzon@gmail.com

Assessoria de Imprensa
Glaucia Domingos
41 99909 7837
glauciadomingos@hotmail.com

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