UM POUCO DA HISTÓRIA DE CAMPO LARGO

DR. ANTONIO JOAQUIM DE MACEDO SOARES (1838 – 1905), primeiro juiz de direito da Comarca, autor do “SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DA PROVINCIA DO PARANÁ”, publicado na Revista Trimestral do INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRAPHICO BRAZILEIRO – TOMO LXIII, PARTE II (3º e 4º trimestres), impresso em 1904.

Ao aproximar-se o 148º aniversário de nosso querido município e, cumprindo com a finalidade deste setor, trazemos algumas informações sobre nossa história. Interessante saber que desde seu início, Campo Largo teve pessoas dedicadas em transcrever sua história, e preocupadas com a educação e cultura de seus habitantes, conforme relatado pelo Dr. Antonio Joaquim de Macedo Soares em sua “CHRÔNICA DO MUNICIPIO DO CAMPO LARGO”.

MUNICÍPIO DO CAMPO LARGO ATÉ 1877
“O exame dos livros da irmandade de Nossa Senhora da Piedade, padroeira d’esta freguezia, deparou-nos curiosas notícias da povoação; e, si de todas as da província possuissemos a iguaes, estavam levantados os fundamentos da sua história, nas mais pequeninas minucias de uma chronica fiel. Foram escriptas pelo alferes José Pinto Ribeiro Nunes, morador antigo, que deixou numerosa e honrada família, e escrivão da dita irmandade, à fls. 37 do liv. 1º, que é a da Receita e Despeza. Vamos transcrevel-as ipsis verbis, completando-as com o ocorrido desde 1849, que pára o manuscripto, até o presente ano de 1877”.

1814
Primeira casa n’este logar.

1871 
Instalação do município do Campo Largo

1875 

Criação do Club Litterario Campo Larguense.
O “Club Litterario” foi instituido para instrucção e recreio dos seus sócios sobre a triplice base da fundação de uma bibliotheca popular, das conferencias populares aos domingos e d’escolas nocturnas para adultos.

Composição da primeira diretoria:

Presidente: Antonio Joaquim de Macedo Soares;
Vice-Presidente: dr. Augusto Lobo de Moura;
1º Secretario: Leocadio Gonçalves Padilha;
2º Secretario: Agostinho Ribeiro de Macedo;
Orador: João Baptista Galvão de Moura Lace rda;
Thesoureiro: Joaquim Pereira de Macedo;
Procurador: Pedro Martins Saldanha, filho;
Bibliothecario: Francisco Xavier de Almeida Garret.

Do Relatorio apresentado pelo Presidente da Directoria na sessão d’Assembléa geral de 1876, 9 de janeiro, extractamos os seguintes dados estatisticos:
Numero dos sócios effectivos 41, comprehendendo os 38 installadores.
A bibliotheca continha 230 obras em 360 volumes, e assignava dous jornaes: o Jornal do Commercio e a Saison. Franqueada ao publico em 22 de outubro de 1875, foi frequentada até 31 de Dezembro por 172 pessoas, que levaram 225 obras, sobresahindo entre estas os romances de José de Alencar e de Julio Verne, a immortal Cabana do Pai Thomaz e a Historia do Brasil, de Southey, tradução do Dr. Luiz de Castro.
Foi em 17 de Outubro a inauguração solemne do Club, e essa festa é assim descripta no Relatorio citado: “Os sócios, encorporados, foram à Egreja Matriz assistir à missa conventual, procedidos da bandeira do Club, e de uma esphera armillar, symbolo da sciencia, carregada por um menino, representando a educação popular. De volta da Egreja, celebrou-se uma sessão magna, em que se pronunciaram discursos allusivos ao acto. 
A’noite terminou o festejo por um baile em casa do sócio Martins da Rocha.

O acima descrito, está conforme o original, como se escrevia na época e, como relatado, desde seu início Campo Largo teve pessoas empenhadas em contribuir para o desenvolvimento educacional e cultural de seus habitantes. Bons exemplos que devem ser valorizados e incentivados ontem, hoje e sempre. Parabéns, Campo Largo.

Pesquisa elaborada pelo Acervo Histórico Municipal, Secretaria Adjunta de Cultura.

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